Serra do Japi

Localizada próxima da região metropolitana de São Paulo, a região da Serra do Japi é protegida pelas Área de Proteção Ambiental Jundiaí, com 43.000 ha e APA Cabreúva, com 26.100 ha . As APAs abrangem totalmente os territórios dos municípios que lhes dão o nome. O conjunto conhecido como Serra do Japi é formado pelas Serras do Japi, Guaxinduva, Guaxatuba e Cristais. A Serra tem altitudes superiores a 1.000 m e é constituída por rochas quartzíticas, com vertentes abruptas e declividades altas.

Devido a sua localização geográfica, numa zona de transição entre duas fisionomias de vegetação distintas, a Mata Atlântica e as florestas estacionais semidecíduas de planalto, esta região é considerada uma zona de contato entre as avifaunas da Mata Atlântica, das matas de altitude da Serra da Mantiqueira e das matas semidecíduas do Planalto Ocidental Paulista. Evidência disto é a ocorrência ali de espécies que de modo geral se excluem geograficamente como Penelope obscura e P. superciiaris, Patagioenas plumbea e P. cayennensis, Phaethornis eurynome e P. pretrei, Synallaxis cinerascens e S. frontalis (Silva 1992).

 

A avifauna da região foi bem estudada, inicialmente por Willis & Oniki, num trabalho de levantamento preliminar envolvendo 13 áreas do estado, em 1978. Wesley Rodrigues Silva realizou um levantamento mais amplo, com visitas distribuídas entre 1979 e 1989, cujos resultados foram publicados no capítulo referentes às aves, no livro História Natural da Serra do Japi. Esse autor incorporou também alguns registros feitos ali em observações casuais e esporádicas, por Ivan Sazima e K. S. Brown-Jr. A partir de 1997 o Centro de Estudos Ornitológicos realizou visitas à região, com novos registros para a Serra, que hoje totaliza 236 espécies, incluindo também áreas do entorno contíguo. 

As características da mata da Serra do Japi, em grande parte em recuperação após profundas alterações antrópicas, pode ter contribuído para o desaparecimento de muitas espécies de aves mais exigentes com relação ao ambiente, como grandes frugívoros, entre outros os surucuás, tucanos, araponga, pavó e várias saíras, que dependem de grande disponibilidade de frutos ao longo de todo o ano. Também foi notada uma relativa pobreza de Dendrocolaptidae e Formicariidae. (Silva 1992).