Município de Dourado

O município de Dourado está situado na região norte do estado de São Paulo, com altitude de 706 m. É cortado pelo rio Jacaré-pepira, que forma amplo vale. A cidade situa-se na parte alta e o declive para o vale forma uma serra, onde encontram-se muitos remanescentes de matas. O rio tem em seus varjões muitas lagoas e capinzais, propícios a diversas aves desses ambientes. Da mesma forma a mata ciliar, melhor visualizada em um passeio de barco. Não existe unidade de conservação oficial no município. Algumas fazendas dispõem de hotéis e pousadas voltadas para o turismo rural. Encontra-se no município de Dourado o Centro Geodésico do estado de São Paulo.

"Pedra Furada", nome dado ao remanescente rochoso , em fazenda de Dourado. Foto: Luiz Fernando Figueiredo

Matas nas encostas dos morros. Foto: Cal Martins.

Matas e ao fundo o vale do rio Jacaré-pepira. Foto: Cal Martins.

Campo alagado, capinzais e pasto com árvores, formando savana, em fazenda em Dourado, no varjão do rio Jacaré-pepira. Foto: Luiz Fernando Figueiredo

Foto: Cal Martins.

Foto: Cal Martins.

Lagoa no varjão do rio Jacaré-pepira, com vegetação típica. Foto: Luiz Fernando Figueiredo

Rio Jacaré-pepira, em passeio de barco, vendo-se a mata ciliar Foto: Luiz Fernando Figueiredo

O interesse pela avifauna de Dourado iniciou-se acidentalmente, a partir da visita feita ao Zoológico do município por Werner Bokermann, funcionário do Parque Zoológico de São Paulo, em março de 2002, junto com Katia Cassaro, que foram lá buscar dois indivíduos de uma espécie de pequeno felino (L. tigrinus), que haviam sido vítimados por queimadas em canaviais e foram levados ao Zoo de Dourado por munícipes. Werner interessou-se pela avifauna do município e iniciou viagens para lá muito frequentes, onde fez diversas coletas de aves, cujos exemplares foram depositados em sua coleção particular, parte da qual hoje está depositada no Museu de Zoologia de Taubaté. Werner interessou-se particularmente pela picaparra, Heliornis fulica, pelos ralídeos, aves noturnas e espécies migratórias. Outros funcionários do Zoo de São Paulo que se interessaram pela avifauna de Dourado foram Priscilla Prudente do Amaral, Luis Francisco Sanfilippo e Marcelo Bokermann. Esse último, junto com Luis Sanfilippo e com apoio local de João Carlos Ballestero Martins (Jone), realizaram um estudo com anilhamento do bigodinho, Sporophila lineola.

A partir do ano de 2004 o Centro de Estudos Ornitológicos iniciou a realização de excursões de observação de aves a Dourado e mais recentemente muitos observadores de aves a têm visitado com o objetivo de fotografar algumas espécies em particular, para postagem de fotos no site Wikiaves.

Dourado tem 351 espécies de aves registradas, e 349 dessas estão documentadas com fotos no site Wikiaves. O longo tempo de observação e estudo das aves no município já permitiu constatar a possível extinção de pelo menos duas espécies: o beija-flor-vermelho, Chrysolampis mosquitus (que foi lá coletado em 2003) e o papa-moscas-do-campo, Culicivora caudacuta. Isso sem considerar o bicudo, Sporophila maximiliani, do qual há depoimentos confiáveis de suas ocorrência certa época no município.

Entre outras, as seguintes espécies são relativamente fáceis de serem vistas em Dourado e motivam a ida lá de muitos observadores e fotógrafos de aves: caburé-acanelado (Aegolius harrisii), formigueiro-de-barriga-preta (Formicivora melanogaster), pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucophrys), fruxu-do-cerradão (Neopelma pallescens), anu-coroca (Crotophaga major), barulhento (Euscarthmus meloryphus), bagageiro (Phaeomyias murina), beija-flor-de-bico-curvo (Polytmus guainumbi), cardeal-do-banhado (Amblyramphus holosericeus), fura-barreira (Clibanornis rectirostris).

Jone e Cal Martins são duas importantes referências e companhia para a observação de aves no município.